domingo, setembro 07, 2008

Mestre Isplinter Incompreende

Segundo o que parece, apesar do agravamento das sanções penais para crimes de violência doméstica, surpreendentemente o número desses crimes aumentou.

O quê? Esses crimes passaram a ser punidos mais severamente, e isso não fez diminuir o número de ocorrências? Mas... Mas... Isso quer dizer que os criminosos não pensam na punição antes de cometerem o crime... E... E... quer dizer que às tantas aquelas penas de morte e perpétuas que o povo tanto quer, não adiantam nada. Mestre Isplinter está tão confuso...

5 comentários:

  1. Caríssimo, realmente penas pequenas em alguns casos não fazem nada. Mas prisão perpétua ou penas bem longas impedem o comportamento recidivo. Ou não?

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  2. PmCDP está absolutamente correcto quanto ao facto de a prisão perpétua prevenir o comportamento recidivo do agente. Tirando, é claro, o facto muitas vezes esquecido de que... é possível cometer crimes na prisão. A prisão não é uma dimensão paralela em que as pessoas deixam de existir durante um determinado período de tempo. É um sítio que existe e tem pessoas reais, e onde se podem cometer crimes. E cometem, ai se cometem. Aliás, as prisões são de longe os sítios onde se cometem mais crimes per capita ou por metro quadrado. E seja qual for a opinião que se tenha sobre a velha questão de "se uma árvore cai na floresta sem ninguém ao pé para ouvir, faz som?" é inegável que não se pode menosprezar esta questão. http://www.tshirthell.com/funny-shirts/if-a-fat-girl-falls-in-the-woods-do-the-trees-laugh/
    Curiosamente, Mestre Isplinter nunca tinha pensado neste ponto até ao momento em que começou a responder.
    Isto além das dezenas dos argumentos normais já mais que batidos contra a prisão perpétua(e que, desde que surgiram, dão uma certa porrada em todos os outros).

    Quanto às penas longas vale o que acima se disse quanto ao tempo que ele passa trancado na prisão. Depois de sair, no entanto, há que considerar que estamos a falar de uma pessoa que esteve anos e anos fechada em são e alegre convívio com alguns dos maiores especialistas do crime do país, tendo tido mais que tempo para trocar ideias e se deixar integrar no maravilhoso espírito fraternal. Quando sair pode não se saber integrar numa sociedade que já não reconhece (semáforos para peões? Não compreendo!). E depois de passar tanto tempo na prisão e estar muito mais à vontade lá dentro que cá fora, talvez não o assuste tanto levar com o terrível castigo de voltar para o mundo que já lhe é tão familiar.

    E, claro, isto que foi dito é apenas um comentário ao facto de se "impedir um comportamento recidivo" da pessoa que cometeu um específico crime (a "prevenção especial", vá).
    Porque depois é preciso perguntar "e os outros"? O facto de se aplicar uma pena longa, além de outras consequências, fará com que:
    - se abram "vagas" no mercado do crime (só em determinados tipos de crime, claro. Curiosamente muitos dos que resultam em penas de prisão efectiva.). Ou será que o facto de se prender o traficantezito quer dizer que ali já não vão haver mais traficantes? Não é preciso muito para outra pessoa lhe tomar o lugar.
    - se empatem meios comunitários para acorrer à verdadeira resolução dos problemas que deram causa a muitas das situações. Ou vá, se se for o Paulo Portas, para pôr câmaras e polícia na rua para evitar o crime.
    - se lotem ainda mais as cadeias, tornando-as mais incontroláveis e fazendo com que seja cada vez mais difícil de ressocializar os presos. O que só certamente levará gente a dizer: "eles estão a reincidir! Se houvessem penas longas e perpétuas impedir-se-ia o comportamento recidivo!

    E ainda as extensas implicações da pergunta de Pedro Bala.

    (PS: o agente também pode fugir da prisão e voltar a cometer o crime, o que não é lá muito recidivo. Poder-se-ia dizer que isso não estava na previsão da prisão, mas está-se a ver se as penas de prisão longas são adequadas - o facto de a prisão ser inadequada não é desculpa para se concluir pela sua adequação. O que é facto é que são coisas que acontecem no mundo real. E também nos Estado Unidos.)

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  3. Sobre o mesmo assunto, ver http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/4003063.stm

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  4. Mestre Isplinter gosta de inflaccionar o número de comments de seus posts.

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