sexta-feira, maio 18, 2007

Daniel Oliveira, um tipo com poder de encaixe

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O Daniel Oliveira, que ultimamente anda a levar-se demasiado a sério e às tantas ainda se começa a auto-chamar "Daniel de Oliveira", escreveu um post sobre a praxe. É bem conhecido o repúdio automático que muita gente de esquerda sente pela praxe, mas ontem o Daniel teve a felicidade de postar o mais pavloviano texto que já vi escrito sobre qualquer assunto em qualquer sitio do mundo, e incluo nesta lista a redacção que o cão do Pavlov escreveu sobre "A Hora Do Lanche". O post pode ser lido aqui:

frase para linkar o post do daniel Oliveira, evitar fazer piadas baratas e chamá-lo de anão intelectual em alusão à sua estatura mui baixa mas que ele insinua ser perto de mais de 1 metro e 80 na imagem do topo do blog, ok não tem mal nenhum ser baixo.

Para quem não se quiser dar ao trabalho de ler, o post numa frase diz:
"Em Coimbra quase mataram uns miúdos inocentes e há um troglodita chamado Dux que quer fazer não sei quê, mas quem é este gajo, que autoridade tem, espero que um reitor proiba a praxe que é o que se faz nos Estados de Direito."
Decidi escrever um comentário ao seu post, deixando ao Daniel algumas perguntas e sugestões (que se informasse melhor acerca das coisas sobre as quais escreve, que este tipo de reacção knee-jerk "praxe=CRIME" parece idiotice pura, etc). O comentário pode ser lido aqui:

"Troglodita parece o Daniel, a falar dessa forma de algo que obviamente não conhece nada. Tudo o que escreveu é apenas uma opinião instantânea e boçal (adoro devolver adjectivos), um reflexo pavloviano, uma asneira.

Em primeiro lugar: como o The Studio (por uma vez) bem disse, um crime é um crime e pronto. A policia pode sempre actuar desde que exista queixa. O Daniel defende que o crime de de ofensas corporais passe a ser crime público e dispense queixa? Esta investigação do conselho de veteranos pode ser uma fantochada, mas quem se sujeita a ela são os queixosos no uso da sua liberdade individual. É um "procedimento interno" da praxe, resultante de os que nela participam saberem que pode ser abusada.

A praxe, tal como o anti-praxismo, não são na sua essência sobre violência, e a participação nelas resulta de uma livre escolha por parte de cidadãos maiores de idade. Há instituições que o Estado democrático dispensa, mas a liberdade individual não é uma delas.

Há dois anos, numa rua perto de onde vivo dois estudantes foram espancados por anti-praxistas (todos eles assumidos apoiantes do bloco de esquerda e do pcp) alcoolizados, apenas porque entraram no café errado à hora errada vestindo capa e batina. O Daniel também pede que exista um reitor corajoso que acabe com o anti-praxismo?

Quisesse o Daniel conhecer melhor as coisas sobre as quais determina tão finais sentenças e menos asneiras passariam pelos olhos dos seus leitores. Que poético estou hoje."
(NdR: o The Studio mencionado no texto é um blogger meio neo que por lá aparece às vezes)

Ui, perguntas difíceis, factos empiricamente comprováveis causadores de embaraço para a tendência política que o Daniel prega, acusações ao Daniel de querer coarctar a liberdade individual, demonstrações que os seus companheiros de luta in loco são lobos iguais (ou piores) que o suposto inimigo, um chorrilho de problemas para o Daniel.
Ora, com a classe e o sangue frio que lhe são unanimemente reconhecidos, como é que o Daniel respondeu ao meu comentário? Como é que ele desclaçou a bota difícil que lhe enfiei na cabeça?
Simples: decidiu não publicar o meu comentário.
Poder de encaixe, confronto democrático de ideias, the works.
O Daniel Oliveira tem tanto poder de encaixe que se fosse um brinquedo, era um lego. Ou um garfo.

4 comentários:

  1. É assim: eu chamo trogloditas aos praxistas no meu blogue. Posso. Você chama-me troglodita a mim, no meu blogue. Não pode. Você chama-me troglodita a mim no seu blogue. Pode.

    Ficou agora a conhecer o maravilhoso mundo da propriedade privada. Em minha casa, não me insulta. E logo um gajo de esquerda (com 1,76 que o gráfico que desenhou fez o favor não solicitado de avantajar) que o explica.

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  2. Daniel, você presume mal uma data de coisas:

    1 - presume que eu lhe chamei troglodita. Se ler com cuidado o que eu escrevi lerá: "Troglodita parece o Daniel, a falar dessa forma(...)". Nota a diferença? Quando alguém faz algo de forma troglodítica fica a parecer um troglodita. É bem diferente de lhe meter uma etiqueta de grunho na testa. Coisa que, ficámos a saber, no seu blog (no seu pequeno universo internético) se pode fazer a toda a gente menos ao Daniel.

    2 - presume que eu sou de direita, do centro ou do raio que parta. Ná, eu sou de cima.

    3 - presume que eu desconheço o maravilhoso mundo da propriedade privada. Esta sua presunção eu até compreendo. O Daniel passa tanto tempo rodeado de pessoas que de facto negam o quanto de maravilhoso tem a propriedade privada que acaba a pensar que toda a gente é assim. Espero que o seu recente retiro dessas lides o relembre de quão diverso é o mundo.
    E, mais uma vez, se tiver o cuidado de ler o que eu realmente escrevi verá que eu não reclamei que o Daniel não tinha o direito de me censurar o comentário, apenas sublinhei o carácter quase excessivo de confronto democrático de ideias que é possível fazer no seu blog. Não lê no meu post um único "isto é uma vergonha, não há direito!", (não sou a zazie) apenas lê "curtam o que o bacano fez" e a minha conclusão sobre a sua falta de tolerância.

    ----

    Quanto ao essencial da coisa:
    o Daniel pode repetir a questão da minha linguagem excessiva até ficar com a cabeça vermelha, mas como eu até usei um tom menos "empolgado" que o Daniel no seu post (o Daniel chama nomes, eu afirmo que o Daniel quando fala assim parece os nomes que chama aos outros) a ideia com que fico é que o Daniel apenas quis esquivar-se a responder ao meu comentário. Quis fugir com o rabo à seringada de alguns dos supostos tolerantes serem muito mais bandidos que os tais "trogloditas". Quis evitar o desagradável de ter de conceder que aparentemente as fantochadas do "dux" foram solicitadas pelos próprios ofendidos do caso. Quis esconder-se da questão de que participar nas praxes académicas é uma questão de liberdade individual.
    (Óbvio que há abusos, trogloditas e crimes usando-a como pretexto, mas morre imensa gente a fazer mergulho e não o vejo (ainda bem) a pedir que o proíbam. Já a praxe, basta haver alguém com um corte na cabeça, é acabar com aquela porcaria toda.)
    E por isso, se o que o Daniel quer é evitar esse confronto de ideias, pergunto-lhe para que raio abre as caixas de comentários? Só para ter a carneirada do "eu também" a lamber-lhe o ego e para dar sovas em desengenhosos como o The Studio? Bah, tinha-o em melhor conta...

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  3. Eu o Daniel Oliveira só conhecia o da TV, de quem não gosto. Mas este também é bom. Primeiro, a internet não é propriedade privada. A internet, tal como o ar, e como bem me ensinaram, é de todos. O senhor Daniel Oliveira quererá partilhar as suas opiniões, ou outras coisas que queira partilhar, usando para tal um blog. Pode querer ou não obter o retorno da sua partilha. Ou não. É para isso que serve a caixa de comentários. Agora complica as regras quando permite comentários, mas atenção, só os que lhe agradam. É que pontos de vista distintos costumam fazer bem à troca de ideias. Imagine que o senhor Dux queria responder ao seu post, no seu blog, em termos menos cordiais. Parece-me que o senhor Daniel Oliveira lhe devia proporcionar isso. Também retirava o comentário Duxiano? Eu sei que não há carta deontológica para a blogosfera, mas sermos homenzinhos convinha. E a praxe é como o resto, há o bom e há o mau.

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  4. maiquelnaite, sou da mesma opiniao que tu.
    Já agora ó Daniel, as praxes têm uma intenção. Promover uma maior colaboração entre os caloiros.
    E muita gente q conheço diz que as praxes é que lhes permitiram conhecer os amigos...

    palavra de Tipo

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