sábado, setembro 27, 2008

A Crise e o Sistema

Mantive-me caladinho como convém enquanto observava o que se passava na crise. Que os mercados estavam mal e a culpa era dos bancos e das acções e do crédito e do Olegário Benquerença. O costume. Então, tal qual, Pmcdp, o nosso leitor, resolve picar um gajo. Aqui. Pois muito bem. Que foi este o Sistema que permitiu o crescimento económico do Ocidente, e permite hoje a ascensão de outros. É um facto. É como dizer que com Scolari Portugal obteve dos melhores resultados com a Selecção Portuguesa. A pergunta é: E se tivésemos o Mourinho? E o Baía? Pois.
Outro facto é que o Sistema necessita, parece, que o ESTADO LHE DÊ DINHEIRO para sobreviver. Digo eu que se o Estado controlasse, não é supervisionar, o Sistema, a todo o tempo, a crise já não seria tão grave. O Sistema é todo como a Enron, é verem o documentário. É assim: o lucro devia estar ligado a um bem produzido ou a um serviço prestado, ou algo do género. O Sistema permite, que de diversos modos, se consiga obter lucro ligado a nada. Ou seja, o Sistema permite que se ganhe dinheiro sem produzir nada, sem prestar serviços, dinheiro vindo do nada. O melhor exemplo será a da especulação bolsista. O DINHEIRO QUE O ESTADO VAI DAR AO SISTEMA, é esse que foi criado do nada. Na realidade não é nada. Em Direito chama-se enriquecimento sem causa. É só isso.

4 comentários:

  1. E afinal qual é que é melhor sistema? O do losango do Paulo Bento?

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  2. Eu não sou contra a regulação do estado. O pior é quando o estado regula mal e ainda pressiona privados para fazerem merda. Como pressionaram Clinton, Reagan e outros sem distinção de cor política. Porque se formos a ver bem, o liberalismo puro e duro não teria permitido que as falências fossem tão problemáticas.

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  3. Prometo visionamentalizar o documentário se me assegurares que não é uma xaropada à la Michael Moore.

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  4. O liberalismo puro e duro não permite falências problemáticas? Isso é gozar. Todas as falências que se inventam para deslocalizar empresas e quejandos são o liberalismo puro e duro. Só o Estado tem a capacidade de proibir esse tipo de manobra, que tem em vista o lucro a qualquer custo. Não está em causa a possibilidade do investidor privado, que "criou" a empresa, desinvestir ou vender a sua parte para obter lucro. Está no modo como o faz.

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